sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ofício enviado ao Exmo. Sr. Volnei Morastoni

Ao Excelentíssimo Senhor
Volnei José Morastoni
D.D. Deputado Estadual do Estado de Santa Catarina.

Senhor Deputado

Cumprimentando-o fraternalmente, a Coordenação da Campanha “Policia Ambiental Já”, movimento social organizado por representantes da sociedade civil, vem a presença de Vossa Senhoria, em atenção ao convite de Vossa Excelência, apresentar informações e justificativas para a instalação de Companhia de Policia Militar Ambiental – PMA, para a Região Metropolitana da Foz do Rio Itajaí.

A proposta de instalação da Companhia da PMA na Região Metropolitana da Foz do Rio Itajaí, objetiva atender um região de Zona Costeira que compreende 9 (nove) municípios com população superior a 550 mil habitantes;

O Estado de Santa Catarina possui Policia Militar especializada
Ambiental, estruturada por comando exercido pela Guarnição Especial de Polícia Militar Ambiental – Gu Esp PMA, com status de Batalhão, por força da Lei Nº 3.379 e possui 16 Companhias instaladas no Estado, estando as mais próximas em Tijucas, Joinville ou Blumenau.

A população desta região metropolitana tem promovido inúmeras reclamações referentes à demora no atendimento seja através de vistorias, seja na simples atuação de infração administrativa ambiental.

Cumpre destacar que estamos em uma região de Zona Costeira, com aspectos culturais e sócios ambientais tão expressivos que exige um desenvolvimento equilibrado que oportunize formas das comunidades expressarem sua cultura com a proteção da natureza revertendo em benefícios sociais e econômicos.

A Campanha “Policia Ambiental Já”, foi proposta da Comissão de Urbanismo e Meio Ambiente da OAB, Balneário Camboriú que tornou um movimento de inúmeras entidades da sociedade civil, Entidades de Ensino, clubes de serviço, empresas, Ministério Publico Federal e Estadual e lideranças comunitárias.

Certos de contarmos com Vossa Excelência, liderança política do Estado de Santa Catarina, Deputado Estadual, agradecemos o convite e o apoio à presente Campanha.


Foz do Rio Itajaí, junho de 2011
ANDERSON BELUZZO – membro da Coordenação da Campanha “Policia Ambiental Já”
(47) 9914-3093 abeluzzo@yahoo.com.br, policiaambientalja@yahoo.com.br

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Crônica: Tarde no Molhe






Uma tarde de inverno parecendo primavera. Bênção da estação para uma cidade que vive do turismo e das boas previsões do tempo.

No canto sul da praia há um molhe, uma extensão feita de pedras que adentra no mar, dando aos pescadores esportivos um lugar privilegiado para lançarem suas tralhas sofisticadas e fisgarem minúsculos peixinhos que assim perdem a chance de crescer.

O molhe também separa as águas do rio das águas do mar e o motivo principal dessa necessidade de deixá-las bifásicas é o fato de o município, numa indolência crônica, não tratar adequadamente o esgoto urbano, que é despejado na água doce sem o menor constrangimento.

As famílias lotavam o agradável recanto naquela tarde e as crianças divertiam-se no parquinho, andavam de bicicleta, empinavam pipas, nadavam. Outras comiam milho cozido e pipoca acompanhados de água de coco.

As mães entretinham-se nas lojinhas de artesanato e os pais tiravam fotos e conversavam, sentados nos bancos de madeira maciça, observando os caríssimos iates que passavam em direção ao mar aberto.

Seria um final de semana normal, não fosse o que vinha boiando no rio; primeiro algumas, como num abre-alas, depois muitas e seguidas de centenas de garrafas pet, além de embalagens de produtos de limpeza, potes de margarina, copos descartáveis, espuma, isopor e outros materiais não identificáveis, mas que também boiavam nesse ondular grotesco.

Um pai que fotografava o filho baixou a câmera sem acreditar no que via. As bicicletas pararam e as pipas enrolaram-se no céu. As pipocas caíram dos saquinhos e as mães puxaram rapidamente para fora da água as crianças que nadavam.

Lentamente, todos os que ali se divertiam vieram à margem do rio e observaram em silêncio o que era levado pela correnteza em direção ao mar.

A cidade ficou menos turística naquele momento e quem ali estava desejou estar em outro lugar.

O sol já se punha por detrás dos prédios da orla em um anoitecer alaranjado. No horizonte a primeira estrela despontava com seu brilho.

As pessoas ficaram ali paradas, estupefatas diante do próprio descaso, num jogo de empurra em que cada um não faz a sua parte pensando que somente o outro deva se incomodar com isso.

E na cidade onde os moradores misturam todo o lixo numa mesma embalagem, embora seja disponibilizada a coleta seletiva, os observadores se deram conta de que os descartes, mesmo não mais estando em suas casas, permanecem no meio ambiente, poluindo, deteriorando, prejudicando os ciclos da natureza.

Noite adentro continuou aquela procissão de detritos levados ao mar, nas incontáveis embalagens plásticas que testemunharão nos próximos 500 anos, em seu lento e imperceptível degradar, o fortuito destino da humanidade.

Texto extraído do blog: Crônicas de bicicleta de Eliana Ruiz Jimenez