O poder econômico, insensível à questão ambiental, almeja a construção de um empreendimento imobiliário na pequena praia de Taquarinhas.
Ao revés da vontade dos cidadãos de Balneário Camboriú, que repudiam a ideia de ter mais uma praia destituída de suas características originais, construtores lutam na justiça pelo direito de deteriorar mais esse espaço preservado em nome de um complexo hoteleiro.
Se os entraves e brechas jurídicas assim o permitirem, podem conseguir a almejada licença para adentrar à praia com suas máquinas, derrubando, assim, a vegetação nativa, esmagando os pequenos animais que ali habitam, poluindo o ar com seus escapamentos, derramando óleo na areia branca.
O poder econômico assim vitorioso, somará mais capital ao que já possui, e comemorará, com regozijo, a derrota de toda a sociedade que indignada se obrigará a assistir a agonia de mais uma praia que sucumbe à prepotência e insensibilidade que o ser humano é capaz.
Enquanto isso, tira-se das futuras gerações o direito de terem uma praia naturalmente preservada.
Será preciso mais um hotel, se já temos tantos na região?
O turista do futuro, cada vez mais conscientizado sobre a questão ambiental, vai preferir passar as suas férias num lugar onde possa contemplar uma praia preservada ou em mais um “resort “ em meio a tantos outros que já existem?
O destino do planeta se faz com pequenas atitudes que somadas, podem reverter as previsões mais pessimistas.
A decisão sobre o destino da Praia de Taquarinhas vai ser proferida em breve, pelo Juíz da 2ª. Vara Federal de Itajaí.
Apreensiva, a sociedade aguarda, enquanto nossos filhos e netos, herdeiros de nossas atitudes, estabelecem um diálogo conosco, para que paremos de comprometer os recursos naturais e paisagísticos que eles também tem o direito de ter.
Que o bom senso vença para que os nossos descendentes não tenham motivos para lamentar, no futuro, as conseqüências desastrosas de nossas escolhas no presente.
Eliana Ruiz Jimenez
