No
dia 05 de maio de 2016 a Comissão do Meio Ambiente da OAB Balneário Camboriú,
representada pelos advogados Gilboé Langaro
Mendes e Gilmar Pedro Capelari, participou, juntamente com integrantes do
Comitê do Rio Camboriú, de uma visita técnica na ETE (Estação de
Tratamento de Esgoto da Emasa – Balneário Camboriú). A
vista foi acompanhada pelo analista químico da empresa Caio Cardinali Rebouças, que apresentou a estação seguindo as etapas de
tratamento dos dejetos.
Podemos constatar que o único ponto de odor na estação se
localiza na fase de gradeamento do esgoto (primeiro estágio do tratamento). Esse
problema, segundo o analista, será resolvido com o encapsulamento da estrutura
que recebe o esgoto in natura.
Também nos foi apresentado a estação de desinfecção do esgoto
(ultima etapa do processo, em operação desde abril/2016), que, através da admissão
de cloro, elimina os coliformes fecais antes do descarte no rio Camboriú. Caio
nos informou que dependendo da demanda o número de coliformes é de praticamente
zero.
Questionado sobre os problemas apresentados pela ETE durante
a temporada de verão, o analista químico explicou que a estação consegue
atender apenas 85% por cento da demanda no pico da temporada (20 dezembro até 10
janeiro), pois falta o terceiro decantador, que já está em fase de construção.
Com a entrada em operação do terceiro decantador esse déficit desaparecerá.
Em relação à espuma na ETE e no local de descarte no rio
Camboriú, informou, o funcionário da Emasa, que isso se deve ao aumento
significativo na utilização de todos os tipos de detergentes pela população da
nossa cidade, o que causa um desequilíbrio no tratamento, já que as bactérias
(a ETE não utiliza produtos químicos no tratamento) dissolvem primeiro o que é
mais fácil, deixando o detergente por último. Assim, a ação dos sopradores e do
sumidouro (uma queda d’água de 12 metros) fazem um turbilhão aumentado a
espuma. Esse desiquilíbrio pode levar dias ou até meses, porquanto o tratamento
depende exclusivamente das bactérias.
No dia da visita a estação estava operando com 98% de
eficiência.
Por fim, sem uma solução a médio prazo, preocupa a questão do passivo ambiental decorrente do
descarte do lodo produzido pelas bactérias nas lagoas existentes na área da ETE
e já desativadas.