terça-feira, 10 de maio de 2016

Relatório de visita à ETE de B. Camboriú



No dia 05 de maio de 2016 a Comissão do Meio Ambiente da OAB Balneário Camboriú, representada pelos advogados Gilboé Langaro Mendes e Gilmar Pedro Capelari, participou, juntamente com integrantes do Comitê do Rio Camboriú, de uma visita técnica na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto da Emasa – Balneário Camboriú). A vista foi acompanhada pelo analista químico da empresa Caio Cardinali Rebouças, que apresentou a estação seguindo as etapas de tratamento dos dejetos.
Podemos constatar que o único ponto de odor na estação se localiza na fase de gradeamento do esgoto (primeiro estágio do tratamento). Esse problema, segundo o analista, será resolvido com o encapsulamento da estrutura que recebe o esgoto in natura.
Também nos foi apresentado a estação de desinfecção do esgoto (ultima etapa do processo, em operação desde abril/2016), que, através da admissão de cloro, elimina os coliformes fecais antes do descarte no rio Camboriú. Caio nos informou que dependendo da demanda o número de coliformes é de praticamente zero.
Questionado sobre os problemas apresentados pela ETE durante a temporada de verão, o analista químico explicou que a estação consegue atender apenas 85% por cento da demanda no pico da temporada (20 dezembro até 10 janeiro), pois falta o terceiro decantador, que já está em fase de construção. Com a entrada em operação do terceiro decantador esse déficit desaparecerá.
Em relação à espuma na ETE e no local de descarte no rio Camboriú, informou, o funcionário da Emasa, que isso se deve ao aumento significativo na utilização de todos os tipos de detergentes pela população da nossa cidade, o que causa um desequilíbrio no tratamento, já que as bactérias (a ETE não utiliza produtos químicos no tratamento) dissolvem primeiro o que é mais fácil, deixando o detergente por último. Assim, a ação dos sopradores e do sumidouro (uma queda d’água de 12 metros) fazem um turbilhão aumentado a espuma. Esse desiquilíbrio pode levar dias ou até meses, porquanto o tratamento depende exclusivamente das bactérias.
No dia da visita a estação estava operando com 98% de eficiência.

Por fim, sem uma solução a médio prazo, preocupa  a questão do passivo ambiental decorrente do descarte do lodo produzido pelas bactérias nas lagoas existentes na área da ETE e já desativadas. 
Texto: Dr. Gilmar Pedro Capelari