quinta-feira, 14 de abril de 2016

Simpósio técnico lança Plano de Recursos Hídricos para o Rio Camboriú


Na tarde de quarta-feira, dia 13 de abril, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú recebeu a comunidade no III Simpósio Técnico promovido pela entidade. O evento teve como tema principal a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Camboriú e contou com o ato oficial de lançamento deste Plano.

Segundo o presidente do Comitê, Paulo Ricardo Schwingel, este é um momento muito importante para todos que usam as águas do Rio Camboriú. “O plano é o principal instrumento legal de gestão da água. A partir dele, poderemos pensar no uso atual e futuro desse recurso com mais clareza”, afirmou.

O investimento para elaboração do Plano será de R$ 1.143.433,26, proveniente do Fundo de Recursos Hídricos (Fehidro), administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Estado de Santa Catarina - SDS. O estudo, com prazo de execução de 18 meses, é dividido em três etapas: diagnóstico da bacia do Rio Camboriú, identificação de cenários futuros e, por fim, estratégias de conciliação entre as necessidades hídricas e a demanda levantada.

Para o Secretário da SDS, Carlos Chiodini, que fez a assinatura formal para o início do processo, “esta é uma política pública duradoura de recursos hídricos, que visa preservar este que é o bem mais valioso para nossa vida. A agricultura, o setor produtivo, para tudo precisamos de água, então vamos usar ela de forma consciente e vamos estudar o seu uso, para que não falte no futuro”, salientou o secretário.

O evento aconteceu no Instituto Federal Catarinense – campus Camboriú e contou ainda com a apresentação da Fundação Certi, responsável pela elaboração do Plano; do Comitê do Rio Araranguá, que dividiu experiências de como foi a construção do Plano de Recursos Hídricos daquela Bacia; da Emasa e da Águas de Camboriú, que apresentaram de que forma poderão contribuir para elaboração deste documento.

Fernando Assanti
Comitê Camboriú

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Passeio de barco com a imprensa pelo rio Camboriú

Atendendo o convite do Prof. Dr. Paulo Ricardo Schwingel, Presidente do Comitê Camboriú, os representantes da OAB no Comitê, Dr.  Gilmar Pedro Capelari e Dra. Eliana R. Jimenez, participaram de um passeio de barco com a imprensa pelo Rio Camboriú para tomar ciência, in loco, da situação do rio Camboriú que abastece as cidades de Balneário Camboriú e Camboriú.
Foi constatada grande concentração de sedimentos na água, ocupação das margens por várias construções, principalmente marinas e a descarga de esgoto sem tratamento pela cidade de Camboriú.



 













quinta-feira, 7 de abril de 2016

Primeira reunião da Comissão de Meio Ambiente da gestão 2016-2018


No dia 07/04/2016 a Comissão de Meio Ambiente, em sua nova composição, reuniu-se para traçar os objetivos e ações para o ano de 2016.

Pauta:
1) Breve apresentação do Dr. Gilmar Pedro Capelari sobre o Comitê do Rio Camboriú;
2) Breve apresentação da Dra. Eliana Jimenez sobre a APA Costa Brava e Conselho Municipal de Meio Ambiente;
 3) Estabelecimento de metas e ações para o exercício em curso;
4) Eleição para os cargos de vice-presidente, secretário e secretário-adjunto. 
5) Outros assuntos de interesse. 

Estiveram presentes os Drs.: 
Eliana Ruiz Jimenez  - Presidente
Gilmar Pedro Capelari - Vice- presidente
Melkis Ismael Cardoso  - Secretário
Lívia Castelo de Souza  Secretária Adjunta
Janete Regina Nola Canei
Gilboé Langaro mendes
Marcelo Azevedo dos Santos - Coordenador das Comissões

Para entrar em contato com a Comissão, utilize o e-mail:
meioambiente@oab-bc.org.br


quarta-feira, 6 de abril de 2016

Aquecimento global

Mata que se regenera é arma contra aquecimento global, diz estudo

PUBLICIDADE
As florestas do Brasil e de outros países tropicais das Américas são bem mais duronas do que sonham os usuários de motosserras, revela uma equipe internacional de cientistas num estudo que acaba de ser publicado. Em áreas abandonadas após o desmatamento e o uso agropecuário, a mata costuma voltar com tudo, sugando CO2 (principal gás causador do aquecimento global) num ritmo 11 vezes superior ao de uma floresta que nunca tenha sido derrubada.
Trata-se de um excelente argumento para valorizar as capoeiras, como são conhecidas no Brasil essas matas em fase de autorreconstrução. Para ajudar no esforço global contra as mudanças climática um caminho simples e barato seria simplesmente permitir que tais florestas embrionárias se regenerassem naturalmente em áreas degradadas - além, é claro, de evitar mais desmatamento.
"Pesquisadores como o alemão Manfred Denich já falavam da vitalidade das capoeiras, e é algo que víamos em estudos isolados faz tempo", declarou àFolha uma das coautoras do estudo, Ima Célia Vieira, do Museu Paraense Emilio Goeldi. "Agora, nós demonstramos isso com uma análise mais ampla de todo o Neotrópico [termo que designa o conjunto das áreas tropicais do continente americano]."
PADRONIZAÇÃO
Os dados avaliados pelos pesquisadores vieram de 45 regiões das Américas, do México à Bolívia, incluindo vários locais na Amazônia, na mata atlântica e na caatinga brasileiras.
"O importante, no caso deste estudo, é que a coleta de dados em cada uma dessas áreas ficou sob a responsabilidade de um pesquisador da equipe, que repassou essas informações aos membros do grupo responsáveis por avaliar o conjunto dos dados. Essa padronização dá uma confiabilidade bem maior às conclusões", diz Pedro Brancalion, pesquisador da USP de Piracicaba que também assina a pesquisa.
A metodologia adotada pela equipe não poderia ser mais simples. Somando as amostragens das 45 regiões, foram estudados cerca de 1.500 trechos de mata em fase de renascimento. Em cada um deles, todas as árvores com tronco cujo diâmetro alcançava no mínimo 5 cm foram medidas e identificadas.
A partir daí, o grupo usou equações para estimar o total de biomassa (ou seja, a matéria vegetal) das capoeiras. Com isso, dá para saber também quanto CO2 as plantas retiraram da atmosfera, já que elas usam os componentes do gás como matéria-prima para seu crescimento. Finalmente, o grupo usou dados sobre disponibilidade de água, qualidade do solo e cobertura florestal em cada região para estimar o quanto essas variáveis influenciam a recuperação da mata ao longo do tempo.
Após 20 anos de crescimento, em média, as chamadas florestas secundárias (ou seja, que se regeneram após o desmatamento) já alcançavam as taxas elevadíssimas de absorção de gás carbônico mencionadas acima (o que dá, em números absolutos, 3 toneladas de carbono por hectare ao ano). Só após quase 70 anos de crescimento, no entanto, é que elas atingiam uma biomassa equivalente a 90% de uma floresta primária (ou seja, "madura", que ficou séculos ou milênios sem ser derrubada).
SEGUE O SECO
A variável mais importante para a recuperação das capoeiras parece ser a disponibilidade de água, principal "combustível" para a consolidação da floresta. "É algo que ajuda a estender o período de crescimento das árvores", explica Ima Célia. Portanto, em regiões mais secas, é preciso um cuidado redobrado com a vegetação nativa, já que ela terá mais dificuldade para se recuperar.
"Vimos isso na nossa área de estudo na fazenda Tamanduá, no interior da Paraíba", conta Jarcilene Almeida-Cortez, da Universidade Federal de Pernambuco. "Lá, na caatinga, além de chover só 400 mm por ano, no máximo, as chuvas ainda são mal distribuídas." Esse fator ajuda a explicar a grande variação (da ordem de mais de dez vezes) entre a recuperação da biomassa em áreas úmidas e secas. "É mais um motivo para que se olhe com mais cuidado para a caatinga, principalmente porque há pouquíssimas áreas protegidas no bioma", lembra Jarcilene.
Ao que parece, ao menos em escalas espaciais maiores, fatores como o grau de fragmentação da mata nativa (ou seja, o tamanho dos pedaços de floresta original que sobraram, os quais funcionam como fonte das sementes que repovoarão a área desmatada) não são tão importantes.
"No caso de áreas muito fragmentadas, o impacto maior é sobre a diversidade de espécies da floresta secundária. Mas, do ponto de vista da biomassa e da estrutura da mata, como existe muita redundância ecológica [ou seja, espécies que ocupam papéis semelhantes na natureza], o baque não é tão grande", explica Daniel Piotto, da Universidade Federal do Sul da Bahia, também coautor do estudo.
Frans Bongers
Produção de mandioca em primeiro plano na região de Tefe, no Brasil --ao fundo, vê-se uma floresta secundária mais antiga (entre 2 e 3 anos); à esq., há floresta madura nativa
Produção de mandioca em primeiro plano na região de Tefe, no Brasil –ao fundo, vê-se uma floresta secundária mais antiga (entre 2 e 3 anos); à esq., há floresta madura nativa
ATÉ QUANDO?
"Está claro que a resiliência das capoeiras é muito grande. A questão que eu sempre coloco é quanto tempo elas vão permanecer na paisagem", diz Ima Célia.
A legislação estadual no Pará só permite que as matas secundárias sejam derrubadas se elas estiverem na fase inicial de regeneração, mas o Estado amazônico é uma exceção. "Até agora, essas florestas estavam meio órfãs, a gente vivia uma dicotomia radical entre florestas supostamente virgens e áreas degradadas. Nosso trabalho mostra que é preciso enxergar a questão de forma mais ampla", argumenta Brancalion.
Em vez de gastos e dor de cabeça com tentativas de plantar mudas de espécies nativas em áreas degradadas, talvez a abordagem mais sensata seja simplesmente deixar que a natureza faça seu trabalho, diz Robin Chazdon, pesquisadora da Universidade de Connecticut (EUA) que é uma das coordenadoras do grupo. "Em muitos casos, você não precisa plantar uma única semente", resume ela.